Ele passou todo nervosinho em
frente ao balcão “falava” gritando ao celular, vestia um blazer bege, camisa
listrada, uma calça jeans escura e tênis, carregava uma mochila de lado, e uma
mala que era brutalmente empurrada, conforme ele andava.
Parecia apenas mais um daqueles
empresários atrasados que correm todos os dias pelo saguão perdendo o vôo ou o
bom negócio do ano, mas ele fez pausa no caminhar, virou e virou de novo e em
círculos estacionou a poucos passos de mim,
no tom que usava ao telefone não posso ser chamada de intrometida, ele
estava anunciando no “jornal” o que estava acontecendo, e eu? – Eu só ouvi!
Palavras que pesavam ao ser
ditas, como “planejei o ano todo!”; “Viajei de tão longe.”; “Pelo menos me
conhecer como amigo!”; “Não quero ir na sua casa.”; “Vou ficar no hotel
esperando o dia todo para te ver apenas duas horas.” E a discussão foi
piorando, como não sei o que era dito do outro lado, entendi de tudo um pouco
que ele gritou que “alguém” não queria encontrar com ele, em minha cabeça um
filminho se formou – essa imaginação me enlouquece – um relacionamento de meses
talvez anos, levado á distância planejado para o dia do encontro ser perfeito, quando
“o dia” que parecia nunca estar próximo chega... Ela não quer mais, desiste do
“cara-a-cara”, deixa o mocinho arrumadinho decepcionado, e enfurecido.
Depois de um breve viajar,
percebi que ele descarregou meia dúzia de últimas palavras, fez-se um silêncio
mortal, sentou cruzou as pernas e fez outra ligação, mais calmo pediu para
alguém marcar uma passagem para as 14:00 da tarde seguinte, que iria direto
para a rodoviária, e partir. Vi nele seus planos desabando naquela fala, acho
que o encontro esperado não vai acontecer e ele deu mais algumas voltas passou
de novo pelo balcão dessa vez senti estranhamente que estava sendo observada me
encarou nitidamente. E se foi de táxi.
O que eu deveria dizer?
- Desculpe eu ouvi tudo o senhor
estava gritando tão baixo!
Mas, eu estava tão triste pelo
possível fim de relacionamento que presenciei, por telefone! Tão dolorido
quanto o tempo longe deve ter sido estar tão perto e não realizar o que pareceu
ter sonhado tanto!
Já para ela... a pessoa do outro
lado da discussão, garanto que foi bom se manter longe, pelo que vi na falta de
paciência do romântico furioso, na primeira briga pessoalmente talvez ela fosse
sofrer tanto quanto a coitada da mala azul que rolou de um lado para outro foi
chutada empurrada jogada contra a fileira de bancos e depois arrastada! Fiquei
pensativa depois desse episodio depois de chegar até aqui, é como nadar e
morrer na praia!
oi Pri
ResponderExcluireu sempre acreditei que com o sentimentos das pessoas a gente não deve brincar. Doi demais.
bjokas =)
Devo dizer, é triste... imagino que situação delicada!
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