Dessa vez eu não ouvi nada eu só presenciei, ninguém me
contou uma vida, nem um fato, mas foi tão lindo que não pude deixar de notar.
Parados bem em minha frente uma família inteira avós, pais,
filhos, netos, acabavam de chegar desembarcaram e estavam todos pelo visto a
passeio, os pais foram procurar algo eu não prestei atenção na conversa deles,
as crianças nem tão crianças foram ao banheiro, e ali bem na minha frente um
casal de idosos, e então os dois sozinhos, conversavam já com uma certa
dificuldade, ela estava sentada na cadeira de rodas com uma capa vermelha,
muito arrumada segurando uma bolsa e um paninho na mão esquerda, tive a impressão de que aquela senhora foi e ainda
é muito vaidosa, e o senhor usando bengala muito magro, bem vestido também,
cuidava dela tão atencioso, ele me pediu para cuidar dela um momento enquanto
ninguém voltava e ele precisava ir ao banheiro. Disse que sim, e fiquei ali
observando a senhora que aguardava.
Ele demorou bastante uns 10 minutos e nesse tempo a família nem ao menos
apareceu, e então lá vinha ele, caminhando de vagar passou no meu balcão e
acenando com a cabeça me agradeceu, eu sorri, e ele chegou perto dela e fez
carinho em seu rosto. Me olhou e disse com a voz tremula e com poucas forças:
- É meu tesouro.
Não tive palavras, sorri mais uma vez mas desta com emoção
de quem nunca imaginou na vida ouvir isso!
A família demorou um pouco mais logo todos voltaram e
seguiram para qualquer que fosse o destino deles.
Aquilo foi tão lindo que mesmo sem que me contassem sobre
suas vidas aqueles dois senhores me ensinaram muito! Quanto amor, cuidado e
respeito havia ali. Um amor para toda a vida.
(P.)ricila Fontoura
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