segunda-feira, 24 de março de 2014

Quando tudo mudou.


Existiu um tempo em que muitos sentimentos vinham sendo arrastados, por vezes empurrados, e se feriam conforme passavam pelo caminho rochoso.
Em alguma parte eles estavam completamente desfalecidos, prontos para o último suspiro, e tudo teria se perdido ali, para sempre. 
Foi um tempo longo de mais cheio de coisas mal ditas, coisas mal resolvidas, um tempo de constante devastação.
Um pobre coração magoado, rejeitado e desanimado, que se mantinha batendo involuntário, esperando por piedade.
Um amor destratado, esmoído pelo tempo, condenado ao fim.
As noites que passavam eram tão perturbadoras que não se imaginava como ainda suportavam desviar os olhares para evitar o desfecho trágico do que parecia perfeito.  
Mas uma noite fatídica, mudaria o rumo da tragédia que se anunciava há tempos, quando as lágrimas escorreram pela última vez, um deles entendeu que estava errado. E ao abrir os olhos em meio ás lágrimas da decepção, o breu se dissipou remexendo as lembranças boas, que se perderam no precipício do ódio. 
Ali em algum momento enquanto chovia na noite gelada, o pranto esvaia a certeza dos erros cometidos, num súbito de fúria, angústia e amor, se ouve no outro lado da linha após três toques de espera uma voz paciente sempre a espera de um reconciliar.
Todos aqueles sentimentos se transformaram, levaram muito tempo para se readaptar á um coração frio, levaram tempo suficiente para aquecer no inverno e queimar no verão, mudaram o que se vinha carregando, secaram as feridas escondendo as cicatrizes. E trouxeram novas perspectivas.
Um amor renovado, reconstruído, repensado, cheio de aceitação, companheirismo e exatidão.
Foi uma noite que mudou tudo, uma em que tudo acabou, o fim do ódio, o fim do medo, o fim da espera, transgredindo emoções.
Pri Fontoura

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