Andei avaliando minha vida social...
Mas que vida?
Que social?
Eu não saio com os amigos, e não vou em festas, opa! Espera
aí...
Que amigos?!
Eu não gosto de pessoas ao meu redor, (sinto informar, é a
mais pura verdade) e não gosto de socializar.
Eu recebo convites para jantar, dançar, visitar, e até
poderia tentar ser mais amigável, mais sociável, pelo bem da minha INATIVA vida
social!
Mas para quê???!
Eu lembro quando os amigos se reuniam na rua, ok, nem tão
amigos, mas os vizinhos, os conhecidos, jogavam conversa fora, brincavam, e lá
se ia a madrugada.
Quando você podia entrar na casa do seu AMIGO(A) e abrir a geladeira, comer o
que tinha lá dentro e mesmo que só tivesse água ele ainda seria seu amigo.
Lembro de não me importar se meus amigos tinham um iphone 1,2,3,4,5 ou 6. Eles
nem precisavam ter celular porque eu gritava pelo muro, ou fazia a volta na
quadra.
Eu não me importava se eles tinham cachorros no quintal e
pelo nas roupas, porque eu também tinha e eu adorava saber que eles eram gente
como eu.
Não fazia diferença nenhuma se na casa dos meus amigos,
tinham 2 ou 3 quartos, se na garagem cabia 1 ou 5 carros, nem tão pouco me importava
que eles tivessem carro, ou se o carro era do ano, automático ou manual. Eu não
tinha inveja quando meus amigos viajavam, e muitas vezes eu até ia junto.
Eu tinha vida social, eu fazia visitas, eu recebia visitas,
eu ia a festas de aniversário, eu passava o dia todo com alguns deles e no
final da tarde sempre me lembrava de mais algum assunto para não chegar a hora
de dizer tchau. E sabíamos que nos veríamos no outro dia.
Pensei muito a respeito dessa tal de vida social, e percebi
que conforme o tempo foi passando fui deixando de acreditar nas pessoas, fui
perdendo o interesse em ter muitas pessoas me cercando e passei a dar valor a
coisas simples, como um bom café, um bom livro, um filme qualquer, e
principalmente as pessoas que se mantiveram ao meu lado nesse tempo, mesmo
quando eu não tinha o celular, ou a roupa da moda, mesmo quando eu quis ser
solitária em minhas diferenças, e deixei de ouvir as músicas que todos ouviam e
freqüentar os lugares aonde todos iam...
Eu não me importo com o tamanho da conta bancária dos meus
amigos de verdade, nem com a marca do carro, ou se eles ainda pegam ônibus, eu
não ligo se eles tem um daqueles aparelhos de celular cheios de frescuras, ou
se ele só recebe ligações e mensagens, desde que eu ainda possa falar com eles
às vezes.
E eu sei que tudo era mais simples, porque não tínhamos
obrigações, como trabalho, casa e família, por isso era mais social nesse tempo
nem tão longe assim.
Mas de verdade o que me transformou nessa pessoa socialmente incorreta, foi
cada uma das pessoas erradas, que conheci ao longo desses anos, aqueles que se
importavam com tudo, menos com o que eu realmente SOU!
E no fim dessa minha louca avaliação, eu decidi continuar assim, socialmente separada do resto
do mundo, sem festas para freqüentar, sem falsos amigos para me bajular, sem
precisar lavar a louça para receber visitas que irão reparar os pratos sujos na
pia. Sem gente falando por ai, o que eu tenho ou deixei de ter, porque só quero
manter contato com pessoas que se importam comigo independente do meu status
social.
Pricila Fontoura
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