segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Ignorância tem limites. - Tantas vidas e um Balcão.


Teve um dia em que eu fiquei louca, mas muito furiosa com uma colega de ambiente, não da mesma empresa que eu, mas de uma outra no mesmo saguão, mas vou começar do inicio.
Naquela manhã eu estava no meu balcão esperando como sempre que alguém viesse falar comigo, e isso acontece a cada meia hora pelo menos, principalmente em uma manhã linda como era aquela, e lá estava ele, aqueles olhos amendoados diziam muito sobre ele mas já mais quem ele realmente era, alias é, com toda sua simplicidade, um jovem, acredito que já adulto portador de Síndrome de Down, chegou até mim e perguntou como funcionava nosso trabalho, e enfim como qualquer outro cliente faz todos os dias muitas vezes ao dia, e eu o tratei da mesma forma, com mesmo respeito ou mais, do que trato qualquer pessoa que se dirige a mim naquele balcão, ele conversou um pouco e depois de entender tudo que expliquei agradeceu se despediu e partiu. Nossa conversa deve ter durado uns 10 minutos, eu não estava nem um pouco incomodada em atende-lo.
Mas fiquei muito perturbada com o que ouviria minutos depois, a pessoa a quem me referi no inicio nunca havia se quer me dito oi, quanto menos vindo ao meu balcão puxar assunto, de repente fui surpreendida pela palavra:
“-Hein”
Sabe de uma coisa meu nome não é hein, claro que já mais diria isso, nem disse por que tentei engolir a seco o que viria a seguir, mantendo a calma e o sorriso no rosto.
Ela seguiu com sua conversa mole: - Cuidado, esses dias me disseram que um homem destruiu tudo em uma loja aqui, eu ia só balançando a cabeça, como se estivesse ouvindo, atenta, na verdade eu queria que ela entendesse que eu não queria conversa muito menos para falar do que acontece em outras lojas, mas ela seguiu... - Acho que foi aquele menino que estava falando com você, nesse momento meu sangue subiu, respirei fundo e lembro como se fosse hoje a vontade que tive de encolhe-la; - Ele parecia perigoso, você viu que tem cara de louco, Eu juro que quase esganei ela, mas ficou só nos meus pensamentos. Então eu respondi, que ele não parecia perigoso e ele não tinha cara de louco. Ela não se segurou e continuou a insistir no assunto eu já estava sendo áspera, mas algumas pessoas são desprovidas de bom senso.  
Ela conseguiu me fazer ignorar sua presença quando disse novamente para que eu tomasse cuidado, se ele voltasse, já que Ele parecia nem ter dinheiro para ser um cliente. Neste momento eu peguei o telefone e fiz uma ligação como se realmente tivesse algo a fazer ela, acredito que tenha entendido que eu não queria conversa e se retirou, nunca mais veio conversar, em outra situação, em um momento onde eu não usasse um uniforme e não tivesse um nome a zelar, eu já teria feito ela se arrepender de tudo que disse.  Comecemos pelo fim, eu não admito julgamentos por aparência,  não é por que aquele ou aquele outro, usa chinelos de dedos, anda com roupas populares, ou não ostenta o que tem e deixa de ter que vou eu, mera mortal e pobre como qualquer outro ser humano, dizer quem é ou não um bom cliente, quem tem “cara” de que vai pagar ou não, isso é uma coisa pela qual eu passei, cansei de ser julgada pela forma que me vestia ao entrar em uma loja para comprar e isso me deixava furiosa, eu que já não agia assim, depois de sentir na pele, com certeza já mais agirei, mas bem, falha humana, ela julgou, mais uma vez que ele tinha cara de louco, gostaria de saber se alguém já disse isso dela, por que a louca aqui era ela,  e deduziu por si só que aquele seria o suposto destruidor de lojas, por que ela queria que fosse, e ainda teve a capacidade de sair do seu “quadrado” e vir até meu balcão me importunar com fofocas do que estava acontecendo por aqui, sem que eu mostrasse o mínimo interesse no assunto! Ignorância tem limites e a dessa pessoa infelizmente explodiu minha paciência. Tenho esperança que um dia pessoas como ela aprendam, a ficar caladas, a pensar antes de dizer asneiras, e a respeitar outras pessoas.

Minha raiva não é só por que ela descriminou nitidamente um semelhante, mas por que ela fez isso julgando, e julgando despreparada para tal ato. Esse foi um momento ruim ao contrário de tantos bons que tive no meu balcão.

(P.)ricila fontoura

Beijos boa semana...

2 comentários:

  1. Pobre mesmo é esta sujeita, de espirito.

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  2. Oi.
    Vim aqui agradecer a sua visita em meu blog e dizer que ele estara sempre de portas abertas para você.
    grande beijo.♥
    http://vinteanoos.blogspot.com.br

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