Teve um dia em que eu fiquei louca, mas muito furiosa com
uma colega de ambiente, não da mesma empresa que eu, mas de uma outra no mesmo
saguão, mas vou começar do inicio.
Naquela manhã eu estava no meu balcão esperando como sempre
que alguém viesse falar comigo, e isso acontece a cada meia hora pelo menos,
principalmente em uma manhã linda como era aquela, e lá estava ele, aqueles
olhos amendoados diziam muito sobre ele mas já mais quem ele realmente era,
alias é, com toda sua simplicidade, um jovem, acredito que já adulto portador
de Síndrome de Down, chegou até mim e perguntou como funcionava nosso trabalho,
e enfim como qualquer outro cliente faz todos os dias muitas vezes ao dia, e eu
o tratei da mesma forma, com mesmo respeito ou mais, do que trato qualquer
pessoa que se dirige a mim naquele balcão, ele conversou um pouco e depois de
entender tudo que expliquei agradeceu se despediu e partiu. Nossa conversa deve
ter durado uns 10 minutos, eu não estava nem um pouco incomodada em atende-lo.
Mas fiquei muito perturbada com o que ouviria minutos
depois, a pessoa a quem me referi no inicio nunca havia se quer me dito oi,
quanto menos vindo ao meu balcão puxar assunto, de repente fui surpreendida
pela palavra:
“-Hein”
Sabe de uma coisa meu nome não é hein, claro que já mais
diria isso, nem disse por que tentei engolir a seco o que viria a seguir,
mantendo a calma e o sorriso no rosto.
Ela seguiu com sua conversa mole: - Cuidado, esses dias me
disseram que um homem destruiu tudo em uma loja aqui, eu ia só balançando a
cabeça, como se estivesse ouvindo, atenta, na verdade eu queria que ela
entendesse que eu não queria conversa muito menos para falar do que acontece em
outras lojas, mas ela seguiu... - Acho que foi aquele menino que estava falando
com você, nesse momento meu sangue subiu, respirei fundo e lembro como se fosse
hoje a vontade que tive de encolhe-la; - Ele parecia perigoso, você viu que tem
cara de louco, Eu juro que quase esganei ela, mas ficou só nos meus pensamentos. Então
eu respondi, que ele não parecia perigoso e ele não tinha cara de louco. Ela
não se segurou e continuou a insistir no assunto eu já estava sendo áspera, mas
algumas pessoas são desprovidas de bom senso.
Ela conseguiu me fazer ignorar sua presença quando disse
novamente para que eu tomasse cuidado, se ele voltasse, já que Ele parecia nem
ter dinheiro para ser um cliente. Neste momento eu peguei o telefone e fiz uma
ligação como se realmente tivesse algo a fazer ela, acredito que tenha entendido
que eu não queria conversa e se retirou, nunca mais veio conversar, em outra
situação, em um momento onde eu não usasse um uniforme e não tivesse um nome a zelar,
eu já teria feito ela se arrepender de tudo que disse. Comecemos pelo fim, eu não admito julgamentos
por aparência, não é por que aquele ou
aquele outro, usa chinelos de dedos, anda com roupas populares, ou não ostenta
o que tem e deixa de ter que vou eu, mera mortal e pobre como qualquer outro
ser humano, dizer quem é ou não um bom cliente, quem tem “cara” de que vai
pagar ou não, isso é uma coisa pela qual eu passei, cansei de ser julgada pela
forma que me vestia ao entrar em uma loja para comprar e isso me deixava
furiosa, eu que já não agia assim, depois de sentir na pele, com certeza já
mais agirei, mas bem, falha humana, ela julgou, mais uma vez que ele tinha cara
de louco, gostaria de saber se alguém já disse isso dela, por que a louca aqui
era ela, e deduziu por si só que aquele
seria o suposto destruidor de lojas, por que ela queria que fosse, e ainda teve
a capacidade de sair do seu “quadrado” e vir até meu balcão me importunar com
fofocas do que estava acontecendo por aqui, sem que eu mostrasse o mínimo
interesse no assunto! Ignorância tem limites e a dessa pessoa infelizmente
explodiu minha paciência. Tenho esperança que um dia pessoas como ela aprendam,
a ficar caladas, a pensar antes de dizer asneiras, e a respeitar outras
pessoas.
Minha raiva não é só por que ela descriminou nitidamente um
semelhante, mas por que ela fez isso julgando, e julgando despreparada para tal
ato. Esse foi um momento ruim ao contrário de tantos bons que tive no meu
balcão.
(P.)ricila fontoura
Beijos boa semana...
Pobre mesmo é esta sujeita, de espirito.
ResponderExcluirOi.
ResponderExcluirVim aqui agradecer a sua visita em meu blog e dizer que ele estara sempre de portas abertas para você.
grande beijo.♥
http://vinteanoos.blogspot.com.br